Sem escola, estudantes continuam a ter aulas em bar de Ilhéus

A instituição, que foi interditada por causa de problemas na estrutura,
nem começou a ser reformada. "Meu nome é Andressa, tenho seis anos e
estudo no bar do seu Manoel". A declaração da jovem estudante revela a
situação de outras 50 crianças, entre 4 e 12 anos, que têm aulas no
anexo de um bar. Há dois meses, a sede da instituição de ensino foi
interditada por problemas como infiltrações e cupins. Desde então, os
alunos estão em um local com pouca iluminação e sem piso.
No mês passado, a Secretaria de Educação informou que engenheiros
resolveriam os problemas identificados na escola. Quase um mês depois, a
situação é a mesma. De acordo com os moradores da região, ninguém
apareceu. Como não tem outra escola no distrito, a única opção seria
estudar em outros distritos de Ilhéus, ou na sede da cidade, que fica a
26 quilômetros, mas o acesso é complicado. Manoel Monteiro, que cedeu o
espaço do bar, não está cobrando pelo aluguel, mas espera que a situação
seja temporária. "Eu não achei bom essas crianças estarem sem aula,
perder o ano. Não cobro água, não cobro luz, não cobro aluguel, é tudo
por amor a essas crianças da Ponta do Ramo", revela.
A escola onde os estaudantes deveriam estar fica em frente ao bar. As
janelas estão quebradas, o forro danificado, tem cupins e água por toda a
parte. O ponto mais crítico da escola é onde o forro desabou. O
banheiro é o mesmo do bar e as turmas são separadas apenas por uma
estante. Em dias de chuva, o vento e a umidade atrapalham as aulas.
"Fica molhando tudo e também fica entrando água debaixo do armário e
fica escorrendo", disse Miguel Aristides da Paixão, de 10 anos. (G1)
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