Ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró tem nova condenação na Lava Jato
O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e os
lobistas Fernando Antônio Soares, conhecido como Fernando Baiano e
apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, e
Júlio Camargo foram condenados hoje (17) por corrupção e lavagem de
dinheiro em uma das ações penais decorrentes da operação Lava Jato, que
investiga o pagamento de propina em contratos para compra de
navios-sondas pela estatal.
Conforme sentença proferida pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável
pelos inquéritos da Lava Jato na primeira instância, Cerveró deve
cumprir pena de 12 anos, três meses e dez dias de reclusão pelos crimes
de corrupção e lavagem de dinheiro mais o pagamento de multa. E maio,
Cerveró já havia sido condenado a cinco anos de prisão por lavagem de
dinheiro pela compra de um apartamento, depois da ocultação e
dissimulação de valores oriundos do pagamento de propina.

Já Fernando Baiano, foi condenado a 12 anos, três meses e dez dias de
reclusão, mais multa, pelos menos crimes. Júlio Camargo, que em delação
premiada disse que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), cobrou US$ 5 milhões em propina do esquema investigado pela
Lava Jato, foi condenado a 14 anos de detenção.
Na sentença, Sérgio Moro ressaltou que Júlio Camargo firmou acordo de
delação premiada, prestando informações “importantíssimas” para
desvendar o funcionamento do esquema. Por isso, definiu o juiz, as penas
imputadas a Camargo ao fim de todos os processos da Lava Jato não
poderão ultrapassar o total de 30 de reclusão.
O juiz determinou ainda a mudança do regime fechado para o semiaberto
para cumprimento inicial dos cinco primeiros anos de pena. Pelo acordo
de delação, Julio Camargo deverá prestar 30 horas mensais de serviços
comunitários. “Após os cinco anos iniciais, remanescerá, pelo restante
da pena, somente a obrigatoriedade de apresentação de relatórios de
atividades periódicos, desta feita a cada seis meses”, definiu Moro.
Caso haja descumprimento ou que seja descoberto que a colaboração não
foi verdadeira, Júlio Camargo poderá perder os benefícios.
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